quarta-feira, 28 de março de 2012

Há dias ...

... que são incrivelmente maus. E não são só "maus" porque tinham tudo para ser bons mas nós conseguimos fazer com que não sejam, logo tornam-se "incrivelmente maus".

Os dias têm estado lindos aqui. Quentes e com um Sol que já queima (muito pouco, quase nada, but still), muita gente na rua, pouca roupa e sorrisos nos lábios. Na loja as coisas têm ido de vento em poupa, as vendas dispararam assim que o calor começou e então lá andam todos felizes. Todos ... menos eu. Eu sorrio, sou simpática (sempre fui), sou atenciosa, gosto de conversar com toda a gente, gosto muito das colegas, até nos fartamos de rir. Mas cá dentro há qualquer coisa que não está bem. Não sei o quê, mas sei que não está.

O dinheirinho também vai começando a entrar, aos poucos. Os "sacrifícios" continuam a ter de ser feitos mas já nem custam assim tanto. Quando aprendemos a ser "contidos e poupadinhos", começamos a agir da mesma forma até quando as coisas melhoram. Mas nem as perspectivas de ver o dinheirinho a entrar me animam. Enfim.

Ontem vi, pela 1ª vez desde que cá cheguei, uma grande estrela britânica: Paul McCartney, ao vivo a cores e de fato-treino, à porta da minha loja! =) Sim, eu devo ter-me esquecido de mencionar, mas eu trabalho num dos "bairros" da história dos Beatles, e como tal é possível ver o Sir James Paul McCartney passear pela rua como um qualquer ser desconhecido. Gostei da simplicidade =) Também fui passear com a C., que conheci no curso de inglês, e fomos até Camden Town comprar um cafézinho para depois irmos passear até Primrose Hill. Maravilhoso! Já tinha lido e ouvido falar, porque dizem os zumzuns que é lá que vão pôr um Cristo Redentor a representar o Brasil nos Olímpicos. Se é verdade ou não, não sei, mas que é muito muito bonito, não há qualquer dúvida. =)

De qualquer maneira, essas coisinhas todas animam-me momentaneamente, mas não me fazem vir para casa e sentir que o dia valeu a pena. Não me fazem vir com vontade de fazer nada nem de aproveitar os raios que o sol ainda me proporciona às 7h da tarde. Acho que o meu problema deve ser falta de atenção. Não sei muito bem porquê, mas a verdade é que acho que sinto falta da atenção das pessoas que gosto e depois só me apetece ficar escondidinha, no meu canto, sem incomodar ninguém e sem ficar incomodada com a animação dos outros. Não é a melhor das soluções, mas também agora isso não interessa nada.

Vou tentar fazer alguma coisa para comer e depois ... caminha.

Antes só, uma palavrinha a um grupo de pessoas que me são muito importantes ... jamais saberão o que me partiu o coração não ter ido com vocês, equipa. Mais ainda depois do mau momento que estão a viver. E aqui, tão longe de vocês, sinto e sofro o mesmo que sei vocês estarem a sofrer aí. Mas vocês são uma grande equipa e o vosso (posso chamar nosso, ainda?) trabalho é a prova da nossa dedicação, devoção até, aquilo que mais gostamos de fazer: proporcionar momentos felizes e inesquecíveis, que façam sorrir para sempre. Se as desgraças acontecem, em nada somos culpados e é isso que têm de ter em mente. Estou convosco SporJovem, hoje e sempre! Força <3


Beijinho e "até já".

sábado, 24 de março de 2012

News ... on a sad weekend

E hoje é Sábado à noite. Outra vez. Começo a odiar os Sábados à noite aqui. Para já porque aqui e 6ª é "a" noite e os Sábados só me lembram que continuo fechada em casa, noite após noite. Enfim.

Novidades não há muitas. Só quero sair desta casa rápido e já estou à procura, mas não sei quanto tempo levaremos para encontrar casa para todos (8 mais precisamente). Se não algum dia transformo-me num monstro e começo a infernizar-lhes a vida até eles irem embora!

Outra novidade, a 2 dias da confirmação oficial, é que devo começar um curso prático de Getsão de Eventos no fim de Abril, na Universidade de Londres. Já fiz a entrevista, que correu lindamente, e fui aceite. Agora é só tratar das burocracias. Mas uma vez mais o meu inglês foi altamente elogiado, o que foi muito bom de ouvir. Só não percebo porque raio continuo eu a achar que o meu inglês ainda tem falhas inaceitáveis, mas isso parece não incomodar mais ninguém. Anyway, explicaram-me tudo, inclusivamente que a partir da 3ª semana de curso começamos a preparar o Main Project com um budget de £2000 (será que ela disse mais e eu percebi mal? É que me parece pouco. Mas se for só isso, conseguirei na mesma).

Partilhando aqui convoco e com mais ninguém ... ainda bem que encontrei este curso e que o vou fazer primeiro antes de tirar o mestrado, porque não sei mesmo se é isto que quero. Eu acho que sim, depois de tudo o que já fiz lá para trás, é de acreditar que tenho o dom. Mas ... será que é isso? Enfim. Vamos lá experimentar, ganhar mais formação e curriculo, e ver se gosto. E se gostar mesmo ... então iremos ao mestrado.

Hoje estou um bocadinho menos animada mas não o suficiente para falar muito. Acho que são os efeitos de passar os dias de folga sozinha. O D. foi fazer um trial shift no mesmo restaurante onde o N. trabalha e eles gostaram dele, por isso ficou logo a trabalhar a noite. Fiquei muito mas muite feliz por ele, por ter arranjado outro trabalho e poder conciliar os 2. Mas para mim são muitas horas sozinha, sem ver nada para além destas 4 paredes e 2 computadores. Claro que posia sair e ir passear sozinha mas ... sozinha em East Ham?! Ou ir para o centro e ter de gastar dinheiro que não tenho? Não. Não pode ser. Ainda por cima só tenho vontade de comer, como é normal quando se está muito tempo em casa, e eu não posso continuar a comer assim. Estou a engordar a olhos vistos. A ansiedade, a tristeza e a solidão dão-me para isto e não é nada bom. Ainda por cima deixei de fumar. No máximo fumo 1 cigarro por semana, o que não é nada para quem já fumou horrores. E a porcaria da comida daqui não ajuda, por isso só como doces e porcarias e estou mesmo mesmo a tratar mal o meu corpo. Enfim. Falar disto também não me anima, por isso vou calar a matraca e tentar (a muito custo) adormecer.


Beijinho a todos. Hoje em especial à minha (ex)equipa que está em Lloret de Mar, novamente. Aproveitem maltinha! Sinto muito a vossa falta e tenho muita muita pena de não estar aí convosco, a fazer o trabalho que verdadeiramente gosto. Mas nunca vos esqueço! Equipa Algarve A.K.A Gang do Crucifixo sempre em alta! =')

sexta-feira, 16 de março de 2012

Projetos ... será que é possível?

Ora, como estou fechada em casa a curar a bela da gripe, claro está que a minha cabecinha não pára, nem por um segundo, de funcionar em prol do meu futuro.
Resolvi começar a esboçar o (ou um dos) meu pequeno projecto. Acho que já tinha falado dele anteriormente Aqui. Sem adiantar muito, o esboço anda à volta do desenvolvimento sustentável turistico-cultural. Mas para além das normais duvidas e questões estruturais com que me deparo, tenho algumas outras questões que resolvi colocar-vos aqui, para ver o que têm para me dizer.
Ok, eu sei que o país está em crise agora e que neste momento nenhuma empresa tem grande futuro, mas eu também não estou aí agora por isso essa parte não me interessa. É sobre "daqui a um tempo", quando tudo começar a andar para a frente outra vez, que me interessa saber. Então aqui vai:

  • Até que ponto criar um negócio é mais rentável que trabalhar por conta de outrem?
  • Será possível reúnir o lazer com a sustentabilidade, sem prejudicar as populações economicamente e de forma a ser lucrativo?
  • Será que criar um bom plano, bem estruturado e previamente preparado para responder a quaisquer questões vai ajudar a evitar excesso de burocracias?
  • Até que ponto as burocracias podem impedir algo de nascer?
  • Até que ponto este tipo de projectos tem viabilidades?
  • (E agora a mais estranha de todas) É possível criar uma empresa do género Público-Privada ou Semi-municipal, ou seja, em parceria com um Município ou um Região? 
Eu sei que pode parecer um pouco ingénuo da minha parte fazer algumas destas perguntas (que se revelaram bem menos do que tinha em mente, mas as questões não se formaram como deviam) mas nunca antes tinha encarado a hipótese com tanta seriedade e, não fugindo ao normal em mim, tenho sempre dúvidas infantis e existenciais. =X

Enfim. Espero por opiniões vossas. =)


Até já!

quinta-feira, 15 de março de 2012

Lealdade

Ontem escrevi isto que vos vou mostrar, ao som da múscia que também vou partilhar e que muito me faz chorar, mas que não consegui nem tive vontade de publicar ontem: 





"Todos os dias tenho vontade de vir cá escrever. Várias vezes no mesmo dia presencio coisas que gostava muito de partilhar aqui, mas não consigo actualizar facebook e blog a meio do dia, no meio da rua porque o meu misero telemóvel é do século VIII e não há dinheiro pra coisas melhores. Depois, quando chego a casa à noite, o meu humor e a minha disposição nunca são os melhores. E a maior parte das coisas divertidas que poderia querer partilhar, simplesmente evaporam-se da minha mente. Então, deixo de ter motivação para cá vir.

Mas hoje estou aqui porque sinto um aperto no peito (aquele tipo de aperto que parece que até nos tira o ar) e preciso de pôr cá para fora o que estou a sentir. Não sei se já disse isto aqui antes ou não, mas vou (re)dizer: não me importo que as pessoas pensem mal ou não compreendam as lamentações dos outros. Eu sou do tipo de pessoas que adora escrever mas só o consegue fazer quando está triste. As palavras fluem melhor, as ideias ficam mais claras e definidas na minha cabeça e é mais fácil ser euu mesma. Como tal, não preciso de criticas ou más interpretações. Se for para me magoar mais, por favor, não digam porque é mesquinho.

Hoje não consigo aguentar mais coisas mesquinhas, mais coisas que me façam sofrer. Porque os dias têm sido muito tristes aqui. Estou contente por ver as coisas a caminharem (ainda que a um passo muito lento) para algo melhor, mas não consigo sentir-me feliz. Não consigo fechar os olhos e sorrir por sentir que "é isto". A maior parte das vezes tenho até de evitar fechar os olhos para não cair nenhuma lágrima. Sinto falta do que é importante, do que sempre fez parte de mim e me foi tirado (engraçado dizer isto assim porque fui eu mesma que deixei essas coisas que agora digo terem-me sido tiradas, mas pronto). Sinto um aperto tão forte cá dentro do peito que chega a doer. E as músicas que me tocam, as palavras que digo ou oiço das pessoas que gosto e a falta de momentos verdadeiramente bons, não ajudam em nada. Sinto que desde que vim embora, todas as desgraças que nunca aconteceram enquanto estive perto se lembraram de acontecer agora que estou longe. E mata-me saber que não posso estar onde devia e queria, agora.

Não me apetece falar, caso contrário não precisaria de escrever."

Hoje li isto, e a minha vontade de falar foi mais forte que nos outros dias.

Já se passaram 2 meses desde que vim embora. Já se passaram quase 3 desde que escrevi aquelas palavras num dia em que, mais que inspiração, tinha alegria dentro do coração. Hoje não sei muito bem onde está essa alegria. Não deixei de rir nem de sorrir, porque prometi à Dona O. (mãe da minha querida A.M.) que nunca o faria, mas na verdade não o faço com verdadeira felicidade. Não vou dizer que estou pior do que estava aí, porque na verdade sinto que estou a lutar e que essa luta me está a levar aos poucos (em passos bem pequeninos, mas passos) a algum sítio. Mas pensei que estaria melhor. Pensei que seria mais fácil, mais compensador, mais motivador, e não é.

Mas continuando, reler tudo aquilo que escrevi fez-me perceber o quando eu amo, o quanto eu admiro e respeito as coisas que me são importantes. Consegui encontrar nas minhas palavras a carecteristica que mais gosto em mim (e não, não estou a ser convencida nem preciso de ser modesta) : lealdade.

Eu sei que por aí existem muitos que não me consideram fiel, leal e verdadeiramente comprometida. Não os posso recriminar, pois lá terão as suas razões. Mas eu sei, eu sei, que isso não é verdade. Eu sei quem sou e como sou, e sei que nunca (jamais) serei capaz de virar as costas ou faltar ao respeito a alguém que ocupe um lugar no meu coração e na minha existência. Todos os erros que cometi no passado não definem a pessoa que sou e a minha dedicação a quem me completa é infinta e interminável. Eu nunca esqueço, sabem elas bem, que me lembro até das roupas que usamos em cada ocasião especial há 10 ou 15 anos atrás. Eu nunca viro as costas, nem mesmo quando sou magoada por quem mais amo. E nunca deixo de gostar mesmo quando simplesmente me apercebo que as pessoas deixaram de se lembrar de mim. Não levo a mal, porque a vida é assim mesmo, é feita de momentos e as pessoas que presenciam ou fazem parte desses momentos são as pessoas que passam a ser lembradas mais facilmente. E eu já estou longe de algumas das pessoas que amo há muito tempo, há bem mais de 2 meses atrás.

Anyway, o bom de tudo isto é que a minha adoração por tais seres nunca deixa a minha memória distorcer-se. Posso mesmo dizer que desde que vim para cá as minhas memory skills have been improved significantly. Como diz a M., eu treino a minha memória ao lembrar-me de gente que está tão longe (temporalmente) e com quem já mal mantenho contacto.

Enfim, acho que com a gripe que estou a chocar não consigo puxar mais pelas palavras. Lá está, o que ganhei em memória vou perdendo em writing skills, mas pronto. Ninguém é perfeito.

Palavra especial para alguém querido. "Só quero que fique bem, que se ponha boa e que não sofra mais. Beijinho grande para si, Avó G."

Beijinho a todos e até breve.

domingo, 11 de março de 2012

Dia de passeio ... e decisões

E cá estou eu outra vez.

Hoje foi dia de passeio pela Tower of London, Tower Bridge e St. Catherine Docks. Maravilhosa esta espécie de Marina. Muito British! ;P


O dia não começou propriamente bem porque estes animais desgraçados que moram no quarto por cima de nós, cada dia que passa, só fazem coisas piores! Mas pronto, não vale a pena começar aqui a desbobinar tudo o que me está entalado na garganta porque ia ser chato para vocês.

Hoje andei a pesquisar coisinhas novas sobre o meu futuro curso. Ando tão confusa com isto tudo ... desde que cheguei aqui que não faço ideia do que quero fazer. Queria tanto fazer o mestrado e quando cá cheguei essa ideia desvaneceu-se. Depois decidi que ia tirar uns curso relacionados com animais porque sempre foi uma cosia que amei, mas entretanto também perdi a empolgação. Houve uma altura em que só chorava porque queria mesmo era voltar para casa, mas ao mesmo tempo não suportava a ideia de ter desistido, de ter falhado, logo nunca tentei sequer organizar um regresso a Portugal. Entretanto decidi focar-me no que me trouxe aqui e ao contrário do que eu própria pensava, não vim pelo mestrado ou pelo curso, vim por mim mesma. Descobri que, de uma forma subconciente, o meu verdadeiro objectivo ao ter vindo para Londres foi tentar descobrir quem eu sou, afinal. Então agora ando na feroz batalha de perceber até onde sou capaz de ir, o que consigo aguentar e o que quero fazer com a minha vida.

Já descobri que o que quero é voltar para Portugal. Isso é ponto acente na minha cabeça. Mas não é dessa forma tão drástica e definitva que essa afirmação faz parecer. O que quero é que esta maldita crise acabe para eu poder voltar para Portugal e tentar acentar por lá. Trabalhar é certo, mas por conta própria. Quero voltar ao meu país para lhe ser útil em muitos sentidos. Quero criar uma coisa minha mas que seja útil (em todos os sentidos) ao meu querido Algarve. Desenganem-se se pensam que criar um negócio ou uma empresa no Algarve é única e exclusivamente abrir bares, hoteis ou restaurantes. É exactamente isso que quero mudar, quero fazer alguma coisa bem diferente. Ainda não sei ao certo o que será, mas sei que esse é o meu objectivo e é nele que vou trabalhar aqui.

Como resultado de toda esta actividade cerebral, decidi que realmente quero tirar um curso ou, eventualmente, um mestrado na área desde sempre escolhida: Gestão de Eventos. Digo "eventualmente" quanto ao mestrado porque existem muitos outros cursos e diplomas na área que conseguimos tirar por muito menos £, muito mais rápido e com igual útilidade. Depois, quem sabe, avanço mesmo para o mestrado em Setembro. E o meu projecto vai ganhando corpo aqui dentro da cabecinha, pelo caminho =)

Informar-vos-hei das novidades. Agora não quero alongar-me muito mais sobre esse assunto.

Enfim. Amanhã é um novo dia e é dia de trabalho. Esta semaninha trabalho 4 dias o que é muito bom que assim ganho mais =) Lá vou eu pro meio dos Dolce&Gabbana e dos Sam Edelman ... ai que sacrifício! ;P


Beijinho e até breve!


sábado, 10 de março de 2012

Job(s)!

Há duas semanas que não escrevo aqui. Tenho tido dias muito cheios e ocupados e a paciência para vir até aqui, não tem sido muita, confesso. De qualquer maneria, cá estou eu para actualizar as novidades.

Antes de mais: encontrei trabalho! =D

Pronto, OK, não é nada de especial, mas pelo menos não estou a trabalhar num bloody restaurant a servir às mesas ou coisa do género, que tanto detesto. Having said that, também confesso que o meu actual trabalho numa loja não é muito melhor, mas para mim é mais agradável porque adoro o que vendo: Shoes!


Regal Shoe Shop, na mágnifica area de St. John's Wood, em plena High Street. É tão agradável! Gosto imenso. É uma loja muito chic (e por chic entenda-se very expensive) e com imensas clientes que pertencem à Elite Londrina. O preços variam dos £60 aos £900 (por peça ou par). Mas o que há de £60 é muito pouco ... lol. Como tal, não me devem ver a usuar produtos na loja onde trabalho tão cedo. x) Mas é muito agradável trabalhar lá. As colegas são todas simpáticas, ajudam-me no que não sei, puxam por mim. E o melhor é que não são mesquinhas e isso é óptimo! O patrão, Mr. Mohamed, é muito simpático e educado; a Manager, Ms. Gulri (não tenho bem a certeza se é assim que se escreve), é simpática e muito exigente. Por vezes chega a confundir-se a exigencia dela com implicância ou severidade, mas na verdade é só exigência mesmo. Eles são Persas (para quem não sabe, Iranianos) e são muito trabalhadores. Gostam de coisas caras, elegantes e com qualidade. Na verdade gostam ainda mais de mostrar quem são, o que têm e onde chegaram com este negócio. Anyway, o que interessa é que eu gosto muito deles.

Agora digo eu ... alguma vez me imaginei a trabalhar para árabes?! Não, nunca. Nunca tive nada contra a raça mas a verdade é que a religião e a devoção à mesma sempre me assustaram um bocadinho. De qualquer maneira, nem sequer noto a diferença de cultura entre nós e eles são bem melhores enquanto chefias do que muitos Tugas e/ou Ocidentais.

Actually, foi uma história engraçada, esta. A primeira vez que fui à loja para fazer a entrevista foi no final de Janeiro, tinha eu acabado de chegar a Londres. Na altura não pude ficar com o trabalho porque eles queriam que eu trabalhasse das 10h às 18h, 3 ou 4 dias por semana, e eu tinha o curso de Inglês todas as manhãs. Saí de lá muito chorosa, liguei à mãe que não atendeu (e ainda bem mamã porque ias ouvir-me chorar e não ia ser nada bom) e o D. estava a trabalhar, por isso fui sentar-me no meu querido Starbucks a beber um Caramel Macchiato e uns biscoitos de Gengibre para tentar afastar a tristeza. Imaginem o meu espanto quando, 1 mês depois, vejo 3 chamadas não atendidas e ao ligar de volta oiço: "Hi Erika! I'm Gurli from Regal Shop. Have you found a job already or you still looking?!". Naquele momento a minha adernalina disparou, como seria de esperar. E do telefonema passamos ao trial, que passou a training e acabou em contrato. =)

Na verdade, eu acho que ela me escolheu no preciso momento em que entrei na loja pela primeira vez. Talvez por ser parecida com eles (sim, eu sei que pareço árabe. Até já falaram comigo em Iraniano a pensar que eu era uma deles, logo já me habituei), talvez por ter alguma (muita) experiência em Costumer Service, ou talvez por eu ter um nível de inglês muito bom para quem só chegou cá em Janeiro. De qualquer maneira, eu sinto que ela me escolheu logo na 1ª vez que me viu. Senão, porque teria ela esperado 1 mês inteiro por mim?!

Enfim. Agora há 2 semanas que vendo expensive shoes e como a lot of chocolate. É a minha vida =) Não pensem que estou a reclamar, não é uma vida má de todo. Só não é bem o que esperava, mas é o primeiro passo. Neste momento continuo a morrer de saudades de casa e dos meus "importantes" mas não sinto a mesma vontade de voltar para casa que há umas semanas. Quero ficar aqui e tentar habituar-me a isto que tenho. Quero ver até onde isto vai dar, até onde consigo ir. Se correr mal, volto para casa sabendo que tentei. Se correr bem, dou o próximo passo e vejo onde isso me leva.

O D. também já começou a trabalha! Finalmente. Nem imaginam o alívio. Nesta casa já todos os Tugas trabalham e isso é muito bom para todos nós. Quem ajudou o D. a arranjar este trabalho foi o A., de Tavira também. Agora o menino trabalha como Kitchen Porter (copeiro/assistente de cozinha) e vai aprendendo aos poucos a integrar-se neste mundo de gente que fala uma lingua diferente. Quem sabe se depois de Kitchen Porter ele não ganha o gosto às cozinhas e segue uma carreira no ramo? ;)

Pronto, hoje vou parar por aqui senão nunca mais me calo. Vou só deixar o nome de umas agências que podem ser úteis a quem quiser vir para cá ou já cá esteja mas ainda não tenha tido sorte. Qualquer coisa, estou aqui =)

English Studio (para tirarem cursos de inglês, todos os niveis) - É bem melhores tratarem vocês mesmo do curso directamente com a escola do que com agentes. Vejam os preços, vejam os horários e entrem em contacto com eles. Garanto que vale a pena e que precisa mesmo não vai encontrar escola melhor e com tão bons preços.

Lucy Hall Agency (agência de staff para eventos) - É muito organizada e têm um sistema muito bom. Inscrevemo-nos, vamos à entrevista, dão-nos uma aula de training e atribuem-nos uma password com a qula podemos aceder ao portal deles. Lá encontramos os trabalhos disponiveis diáriamente e só temos de nos inscrever para ir trabalhar. É muito bom e dá para conciliar com outro trabalho, pois somos nós quem escolhe quando queremos trabalhar. Eu já tenho a minha password, agora é só ver os meus horários e começar.

Chester Boyd or CH & Co. (Caterer Agency) - Possuem várias salas e salões para eventos, em diferentes locais. É nesta onde o D. está a trabalhar e tanto ele como o A. recomendam.

Admiral Group (Agência de recrutamento) - Não conheço muito bem, mas também me recomedaram.

Off To Work (Staff para Hotelaria) - Já estive nos escritórios e foram super acessíveis. No entanto o trabalho com eles não se proporcionou porque entretanto me safei por outro lado. Mas é uma boa hipotese, parece-me.

Espero que seja útil.



Beijinho a todos e até breve!


PS: vi as notícias de que os Portugueses andam a passar fome e a dormir na rua, aqui em Londres, mas informo-vos que nós não temos grande conhecimento sobre isso. Nunca vi nem ouvi falar disso aqui, logo se está a acontecer muitos de nós não se aperceberamainda. Se conhecem alguém que precise de arranjar trabalho, passem-lhes estas informações das agências.