Venho publicar uma coisinha que já tinha escrito há alguns dias, mas que com esta história de mudar de casa e não ter net, não deu para publicar. E só para vos dizer, estou feliz e contente na casita nova! =D
"Já vos disse que sou uma pessoa de sinais? Que vê sinais em tudo e em todo o lado? Pois é, eu sou assim. Então desde que decidi vir para Inglaterra, começou a ser ainda pior, mais evidente.
No princípio via a palavra “Londres” ou “London” escrito em
todo o lado. E a bandeira do Reino Unido começou a aparecer em todos os cantos.
Ele era montras de lojas com malas de viagem com a bandeira estampada, eram
biombos e relógios de parede, eram fotografias em revistas, era tudo o que se
possa (ou não) imaginar. Depois começaram a ser os livros. De cada vez que
decidi comprar livros para ler, os primeiros em que agarrei foram aqueles com
que fiquei, porque eram sempre passados em Inglaterra. O primeiro foi “O Gato
Casper”, uma história verídica passada em Plymouth. O segundo bem mais
surpreendente: a história de um emigrante que vem do seu país para Londres, em
busca de trabalho e dinheiro para ajudar a família que ficou para trás. Vou
dizer-vos (e juro que sem mentira nenhuma) que li naquele livro quase toda a nossa
história em Londres. Claro que os pormenores e o final eram diferentes, mas na
verdade tudo aconteceu como no livro. Mas quando digo tudo é mesmo tudo! Enfim.
Mais tarde, quando finalmente arranjei trabalho em Londres,
arranjei-o numa sapataria. Não foi de estranhar para mim, porque o meu maior
dilema para sair de Portugal foi com sapatos. Os meus mil e quinhentos pares de
sapatos que tiveram de se comprimir muito bem comprimidinhos dentro das malas (não
foram mil e quinhentos, mas foram mais de dez … lol). Percebi que a minha
guerra com os sapatos era um sinal de que o meu primeiro trabalho em Londres
seria a vender o que adoro.
Então 2 meses depois de ter começado a trabalhar e depois de
já ter, praticamente, perdido a fé e a vontade de estudar e seguir a área que
sempre me fascinou e que, na verdade, me trouxe para cá, encontrei o H. Na
altura não percebi bem que impacto teria ele na minha vida e no meu caminho,
mas após uns dias e várias conversas percebi que ele estava a abrir-me as
portas para o que sempre quis. Claro que a primeira coisa que disse ao D. foi
que o H. não tinha entrado nas nossas vidas por acaso e que sentia que ele ia
fazer toda a diferença no nosso futuro. E a verdade é que começou logo a
fazê-la. Não só por nos tirar de casa e nos incentivar a manter contacto com o
resto da maltinha Tavirense em Londres, mas principalmente por me ter devolvido
a motivação e a esperança de ver acontecer o que sempre sonhei. Por tudo isso e
por tudo o que ainda está para vir, obrigada H. =) (Vá, agora podes ficar
contentinho porque te dei o devido valor e reconhecimento. Ehehe)
Como se todos esses sinais não bastassem, começamos à
procura de casa com o meu querido e velho amigo B. mais conhecido por S. (lol),
para podermos morar juntos, nós os dois mais ele e a sua querida M. que dentro
de pouco tempo virá juntar-se a nós em Londres. Corremos tudo, quase fomos
apanhados numa 2ª fraude e tudo. Fomos a agências, vimos casas, ouvimos muitos
“nãos”. E apesar de todos os contratempos, acabamos por encontrar “a” casa. Mas
nem essa foi fácil para nós. Quando decidimos que era essa a que queríamos,
fomos à agência e a rapariga disse-nos “tarde demais, tenho um casal a fazer a
transferência do depósito, agora mesmo. Deixem lá, não vos estava destinada.
Podem ver mais algumas logo à tarde”. E pronto, a desilusão foi qualquer coisa
avassaladora. O S. deu o nr. de telemóvel, para ela o informar se a tarde
podíamos ir ver mais casas, e fomos embora. Andámos e andámos às voltas, até
que nos lembramos que ele tinha o telemóvel em casa e então, depois de
almoçarmos e de o D. ir embora para o trabalho, resolvemos voltar à agência. No
caminho o S. diz-me “Se Jesus for pai aquela casa está lá à nossa
espera.” e eu desatei a bater-lhe, porque nunca nos íamos perdoar por dizer uma
coisa daquelas. Como podemos nós por em causa Deus e/ou Jesus?! É que nós os 2
nem somos muito religiosos, mas pesa na consciência dizer uma barbaridade
daquelas. Mas sabem, eu não sei se o que aconteceu depois foi prova de que Deus
realmente existe e olha por nós, ou se tudo não passou de sorte, mas a verdade
é que a casa estava lá, à nossa espera. =) O S. ainda me disse “Ele anda a
olhar por ti. Ele é teu amigo, ham?!”. E agora eu sinto que a minha fé cresceu.
Não que isto tenha a ver com a prática da religião, porque continuo a pensar da
mesma forma, a achar que existe realmente algo superior e que nada acontece por
acaso. Não me considero Católica na mesma. Considero-me Cristã sim, mas nada
mais que isso. Mas mais crente. Talvez o próprio Karma entre aqui no meio de
tudo isto (e agora parece que ouvi a minha Di a dizer “é Karma! O que fazemos
volta para nós!”) e eu esteja a receber finalmente alguma coisa boa por todas
as coisas boas que tenho feito. Talvez o facto da minha Miss Carol ter entrado
na minha vida, com a sua fé e devoção a Deus, tenha sido também isso um sinal
de que tudo ia mudar para mim. E também penso que o finalmente recebi a bonança
depois da tempestade. Enfim.
Já viram onde a história dos sinais veio parar?! Fé,
Devoção, Religião … possa! Isto há coisas … ! lol. Enfim. Só para
dizer que estou feliz e que sei que muitas provações ainda se vão seguir. Agora
então, com casa nova a renda um bocadinho mais alta, há que lutar ainda mais para conseguir finalmente viver em condições. Vá lá que (mais um sinal ou
um agradável acaso) esta semana vou trabalhar 6 dias (!!!!!) o que significa
que vou receber mais um bocadinho e isso vai dar imenso jeito agora. Mas
veremos como tudo corre. O principal é acreditar que vão haver coisas sempre a
correr mal, mas que também existem coisas que correm bem. =) "
E pronto, foi isto que escrevi há mais de uma semana e nunca cheguei a publicar. Agora partilho convosco.
Beijinho muito grande e muitas saudades *
Lindo texto Erika. Parabéns pela tua alegria e felicidade. Cuida de ti e que sejas muito feliz na tua casinha nova com os teus amiguinhos. Beijinhos, linda!
ResponderEliminarOla! Este fim de semana li todo o teu blog.
ResponderEliminarTambém vivo em Londres e possuo o gosto pela escrita também.
Admiro a tua força e agora sei que vir para Londres não é tão fácil como parece mas acredito que conseguirás alcançar os teus objectivos.
Jinhos
Descobri por acaso o teu blog, e parece interessante!
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