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sábado, 13 de abril de 2013

Talent Shows, o meu (novo) entretem

Em Portugal nunca fui grande fã de Reality Shows ou Talent Shows, mas desde que vim para Inglaterra, simplesmente, adoro-os! Começou com o X Factor, o The Voice USA (ai o meu Adam Lavine), agora o The Voice UK e o Britain's Got Talent. Mas irritam-me profundamente porque rio e choro do princípio ao fim de CADA UM! lol!

Enfim, deixo aqui dois dos momentos do primeiro episódio da nova edição do BGT de hoje, um para chorar (vá, para pessoas normais é só para emocionar) e outro para rir e respeitar também ... não sei, digam vocês =)

Espero que gostem!


Attraction * Shadow Act



Jack Carroll * Stand Up Comedy

domingo, 13 de maio de 2012

Mesmo quando tudo corre bem ...

... as saudades apertam.

Tudo tem corrido dentro do esperado. Trabalhinho nuns dias, curso nos outros (às vezes coincide trabalho e curso no mesmo dia, o que me deixa mortíssima, mas pronto), casinha que adoro num sitio muito bom (pelo menos para recém-chegados a Londres e com pouca capacidade financeira), amiguinhos sempre perto, projectos em andamento, tudo! Mas ... há sempre um mas. Às vezes todas estas coisas que correm tão bem, fazem-me sentir triste e cheia de saudades.

Não é só por saber que em Portugal está tanto calor e que toda a gente está na praia; não é só por saber que todos os meus amigos vão aproveitando o início de mais um Verão em festas, noitadas e prainha, enquanto eu ando aqui a ser massacrada pela chuva; não é só por saber que mais uma Semana Académica de Faro passou e eu não estive presente; não é só por saber que o conforto que tenho aqui não é nada comparado com o que tenho lá; é por não poder partilhar com "aquelas" pessoas tudo aquilo que estou constantemente a viver. Todos os altos e baixos, todas as certezas e dúvidas, todos os sorrisos e lágrimas. Por mais que conte aqui, ou fale por mensagens e facebook, nunca é a mesma coisa. A distância está sempre presente, e às vezes torna-se mais forte quando a vida começa a correr melhor, porque apesar de melhor às vezes parece que não faz muito sentido lutar para ser feliz e não poder partilhar essa felicidade, essas vitórias com as pessoas que nos são tão importantes.

Anyway, não pensem que por dizer tudo isto estou triste. Não estou, de todo. É só mais um dos meus desabafos. Afinal, os tugas são sentimentais e eu não sou diferente. =)

A nossa M. já chegou e o Johnny (the Dog) também! O A. e o C. vieram trazê-los e a viagem de carro desde o Algarve até Bethnal Green foi uma aventura! Mas foi muito bom tê-los cá e é bom saber que agora já estamos cá todos, os 5 inquilinos da super-casa! =P Os primeiros dias não vão ser fáceis para a M., mas acredito que vai correr tudo bem e que ela se vai habituar rápidinho =) Afinal, está finalmente com o S. e nós estamos cá para ajudar e fazer companhia, também.

Hoje foi dia de passeio pelo mercado de Brick Lane o que valeu bem a pena! A comidinha é fantástica e as bancas têm todas coisas lindiiiiissimas! E lá tive direito a prenda do namorado e tudo, que me ofereceu uma daquelas bandoletes pretas/metálicas com uma pena aplicada de lado. Adoro! São estas coisinhas que nos fazem sentir bem em Londres. A mistura das culturas,das raças, das tradições e das coisas bonitas e originais. =)



E pronto. Amanhã é dia de trabalho outra vez e o tempo nesta terra voa. Penso sempre em fazer mil e quinhentas coisas mas nunca consigo. Esta semana até no Domingo vou trabalhar. Onde é que já se viu?! (até parece que em Portugal não trabalhava aos Domingos nem nada) =)

Enfim. Um beijinho a todos, cheio de saudades *

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Unknowing things like ... Religions

Hoje decidi que tinha obirgatoriamente de vir cá escrever um bocadinho. Não que o humor seja o melhor nem que as preocupações com outros assuntos sejam poucas (antes fossem, que as mesma já saturam, mas pronto), mas porque acho que ando a negligenciar esta parte de mim, a única capaz de reter e registar todos os meus momentos vividos por aqui. Por isso ... aqui estou eu.

Os papás estiveram cá mais uma amiga da mamã, e passámos uns óptimos 5 dias! =D As saudades eram tantas que 5 dias não foram suficientes, mas foram muito muito bons e bem aproveitados. Por um lado fiquei com aquela vontadezinha de ir embora com eles, e as lágrimazinhas depois de ver o autocarro deles partir em direcção ao aeroporto também não ajudaram. Mas por outro lado, percebi que é bom morar aqui, morar longe e estar a viver "a aventura" que nem todos têm a oportunidade de viver. Enfim ... a vida por cá continuará =)

Bono Vox @  Coexistence 

Tenho andando a debater-me com muitas questões, umas mais pessoais e angustiantes, outras mais socio-culturais e intrigantes. O pior é que percebi que cheguei ao derradeiro limite da minha deliberada ignorância em relação à religião (oh Deus, e que ignorante que eu sou, que me acho crente só porque sei que estás aí em cima, algures no céu a olhar por todos nós...). Aqui, feliz ou infelizmente (não tenho bem a certeza), a religião importa (e de que maneira!).

Vou pedir desculpa, DESDE JÁ, por alguma ignorância da minha parte relativamente ao assunto que se segue. E também informo que não tenho nada contra ninguém, sou apenas uma pessoa curiosa no que respeita a diferentes culturas. Ok?! Não pretendo ofender nem desrespeitar ninguém, só quero partilhar as coisas confusas com que me tenho deparado.

Desde que cá vim pela primeira vez, fiquei bastante consciente da mistura de raças que coabita nesta cidade. Costumo até dizer que Londres não é Inglaterra, é uma amostra do mundo. Mas a verdade é que falar e/ou pensar em raças nada tem a ver com religiões (ou pelo menos fica muito aquém da verdadeira questão). Eu sabia que vinha morar para um lugar colorido, no que respeita à cor da pele. Na verdade vinha bastante preparada para encontrar árabes, asiáticos, europeus, africanos, sul-americanos. Mas a experiência tem sido muito mais reveladora que isso. Acabei por descobrir que mais importante do que a cor da pele e a língua que cada pessoal fala, é a crença religiosa e a "obediência" para com os "mandamentos" das mesmas.

Aqui pessoas de várias etnias diferentes são praticantes das mesmas religiões e têm determinados comportamentos impostos por essas mesmas religiões. Aqui tanto sem vêem mulheres árabes de burcas com um único pequeno rectângulo nos olhos, como se vêem mulheres brancas e de olhos azuis vestidas dessa mesma maneira (entenda-se que não ando para aí a tirar-lhes o véu para descobrir qual é a cor/raça delas, mas consegue perceber-se muito bem através da minúscula abertura por onde os olhos espreitam). Outra coisa bastante comum é ver brancas, árabes e negras usarem turbantes (será que nas mulheres também se chamam assim?) a cobrirem-lhes toda a cabeça, deixando apenas a cara de fora. É proibido mostrarem o cabelo. No entanto, apesar de perceber-se que se trata do mesmo tipo de religião, percebe-se que há algumas diferenças, porque umas usam apenas o tecido à volta da cabeça enquanto outras têm claramente algum objecto escondido por dentro do "turbante" de forma a criar volume na parte de trás/cima. Enfim. Até aqui tudo muito bem. O pior da minha ignorância, para mim, começa agora: os judeus.

Primeira questão: alguém me explica exactamente o que são os Judeus?!
Ok, já percebi que são Judeus e não há outra forma de explicar.Está na História e blá blá blá. Mas na minha terra (a minha santa Tuga), nós não somos confrontados com este tipo de diferenciação. Lá vou eu ignorantemente dizer que não faço ideia se em Portugal existem Judeus ou não (aqui é deveras importante saber, visto que passam a vida a perguntar-me isso). Devem existir, como qualquer pessoas de qualquer crenças em qualquer parte do mundo. Mas para mim Judeus eram como Católicos, Anglicanos, Ortodoxos, Muçulmanos, Hindus, praticantes de Santerias, whatever. Eram simplesmente pessoas normais com uma crença religiosa à escolha deles. Só que na verdade tenho presenciado situações e reacções surpreendentes que me levam a questionar se ainda os posso considerar assim, comuns mortais como eu e vocês.

Óbvio que como em tudo o resto, existem casos neutros ou tolerantes e existem casos extremistas. Mas há aqui qualquer coisa que me escapa, pah ... porquê a diferença? Primeiro há a questão do excesso de exibicionismo. Não sei se se deve ao facto de eu trabalhar numa zona maioritariamente Judaica, mas vejo constantemente situação de exibicionismo puro, como passear os Ferraris na mesma rua, vezes sem conta, para verem qual dos Ferraris atrai mais olhares e atenção. E até aqui tudo bem, são pessoas que se vestem normalmente e que simplesmente gostam de mostrar ao mundo as posses que têm (não são muito diferentes de alguns seres irritantes que conheço e nada têm a ver com a ... cultura?). Sempre ouvi dizer que os Judeus foram um povo muito massacrado e escravizado no Passado, logo até é natural que tenham aquela tendência de querer mostrar ao mundo que apesar de tudo isso vivem bem e se calhar até melhor que certos povos que os escravizaram.


Outra coisa bem diferente é ver os Judeus extremistas (designação dada pelas minhas colegas de trabalho e sobre a qual nada posso dizer pois não tenho conhecimento), com as cabeças rapadas e os fiapos de cabelo caídos ao lado das orelhas, os chapéus pretos ou aquelas pequenas toucas na parte de trás da cabeça, ou ainda as mulheres que nunca na vida podem usar calças ou calções e apenas lhes é permitido usar saias pretas ou azul-escuras por baixo do joelho e sempre (repito, sempre!) com collants nas pernas. Também não podem mostrar os cotovelos nem pele abaixo do pescoço. Pior ainda é que não se misturam com outras pessoas, outras raças, outras crenças religiosas. Não se misturam sequer com pessoas que não praticam qualquer tipo de religião, e muitos são desagradáveis e/ou arrogantes para com aqueles com quem são obrigados a ligar no dia-a-dia.

Será que é só para mim que é estranho este tipo de culturas impressionar-ME mais do que burcas?! Once again, não me interpretem mal, mas sinto-me perdida no meio dos meus pensamentos e dos factos que me são apresentados todos os dias. Eu juro que me estou a tentar manter indiferente e imparcial, apesar de toda a pressão psicológica a que estou exposta no trabalho. Eu sei que lá não fazem por mal, mas as pessoas parecem simplesmente não gostar dos Judeus e eu só queria perceber o porquê. Para mim continuamos todos iguais a partir do momento em que todos temos corpos de forma humana. Todos temos pernas, braços, tronco, cabeça, o mesmo tipo de doenças, o mesmo tipo de necessidades e características biológicas, e todos respiramos o mesmo ar. Como tal, eu sou imparcial. Aliás, informo já que odeio Nazis e sinto raiva do que fizeram no passado a um povo que tanto interesse me desperta. Da mesma maneira que odeio cada opressor que existe ou existiu no mundo.

Enfim, acho que escrevi muito e sobre temas muito muito complicados/polémicos. Sei bem quando ponho os pés em solo instável, e sinto que desta vez o terreno que piso não é o mais seguro. De qualquer maneira, vejo-me como uma criança neste assunto, pois não sei muito sobre nada disto e o pouco que possa saber provavelmente chegou-me distorcido ou alterado.

Vou é dedicar-me aos meus tarecos e problemas. Obrigada por me deixarem desabafar com vocês =)


Beijinho e até já!