quinta-feira, 15 de março de 2012

Lealdade

Ontem escrevi isto que vos vou mostrar, ao som da múscia que também vou partilhar e que muito me faz chorar, mas que não consegui nem tive vontade de publicar ontem: 





"Todos os dias tenho vontade de vir cá escrever. Várias vezes no mesmo dia presencio coisas que gostava muito de partilhar aqui, mas não consigo actualizar facebook e blog a meio do dia, no meio da rua porque o meu misero telemóvel é do século VIII e não há dinheiro pra coisas melhores. Depois, quando chego a casa à noite, o meu humor e a minha disposição nunca são os melhores. E a maior parte das coisas divertidas que poderia querer partilhar, simplesmente evaporam-se da minha mente. Então, deixo de ter motivação para cá vir.

Mas hoje estou aqui porque sinto um aperto no peito (aquele tipo de aperto que parece que até nos tira o ar) e preciso de pôr cá para fora o que estou a sentir. Não sei se já disse isto aqui antes ou não, mas vou (re)dizer: não me importo que as pessoas pensem mal ou não compreendam as lamentações dos outros. Eu sou do tipo de pessoas que adora escrever mas só o consegue fazer quando está triste. As palavras fluem melhor, as ideias ficam mais claras e definidas na minha cabeça e é mais fácil ser euu mesma. Como tal, não preciso de criticas ou más interpretações. Se for para me magoar mais, por favor, não digam porque é mesquinho.

Hoje não consigo aguentar mais coisas mesquinhas, mais coisas que me façam sofrer. Porque os dias têm sido muito tristes aqui. Estou contente por ver as coisas a caminharem (ainda que a um passo muito lento) para algo melhor, mas não consigo sentir-me feliz. Não consigo fechar os olhos e sorrir por sentir que "é isto". A maior parte das vezes tenho até de evitar fechar os olhos para não cair nenhuma lágrima. Sinto falta do que é importante, do que sempre fez parte de mim e me foi tirado (engraçado dizer isto assim porque fui eu mesma que deixei essas coisas que agora digo terem-me sido tiradas, mas pronto). Sinto um aperto tão forte cá dentro do peito que chega a doer. E as músicas que me tocam, as palavras que digo ou oiço das pessoas que gosto e a falta de momentos verdadeiramente bons, não ajudam em nada. Sinto que desde que vim embora, todas as desgraças que nunca aconteceram enquanto estive perto se lembraram de acontecer agora que estou longe. E mata-me saber que não posso estar onde devia e queria, agora.

Não me apetece falar, caso contrário não precisaria de escrever."

Hoje li isto, e a minha vontade de falar foi mais forte que nos outros dias.

Já se passaram 2 meses desde que vim embora. Já se passaram quase 3 desde que escrevi aquelas palavras num dia em que, mais que inspiração, tinha alegria dentro do coração. Hoje não sei muito bem onde está essa alegria. Não deixei de rir nem de sorrir, porque prometi à Dona O. (mãe da minha querida A.M.) que nunca o faria, mas na verdade não o faço com verdadeira felicidade. Não vou dizer que estou pior do que estava aí, porque na verdade sinto que estou a lutar e que essa luta me está a levar aos poucos (em passos bem pequeninos, mas passos) a algum sítio. Mas pensei que estaria melhor. Pensei que seria mais fácil, mais compensador, mais motivador, e não é.

Mas continuando, reler tudo aquilo que escrevi fez-me perceber o quando eu amo, o quanto eu admiro e respeito as coisas que me são importantes. Consegui encontrar nas minhas palavras a carecteristica que mais gosto em mim (e não, não estou a ser convencida nem preciso de ser modesta) : lealdade.

Eu sei que por aí existem muitos que não me consideram fiel, leal e verdadeiramente comprometida. Não os posso recriminar, pois lá terão as suas razões. Mas eu sei, eu sei, que isso não é verdade. Eu sei quem sou e como sou, e sei que nunca (jamais) serei capaz de virar as costas ou faltar ao respeito a alguém que ocupe um lugar no meu coração e na minha existência. Todos os erros que cometi no passado não definem a pessoa que sou e a minha dedicação a quem me completa é infinta e interminável. Eu nunca esqueço, sabem elas bem, que me lembro até das roupas que usamos em cada ocasião especial há 10 ou 15 anos atrás. Eu nunca viro as costas, nem mesmo quando sou magoada por quem mais amo. E nunca deixo de gostar mesmo quando simplesmente me apercebo que as pessoas deixaram de se lembrar de mim. Não levo a mal, porque a vida é assim mesmo, é feita de momentos e as pessoas que presenciam ou fazem parte desses momentos são as pessoas que passam a ser lembradas mais facilmente. E eu já estou longe de algumas das pessoas que amo há muito tempo, há bem mais de 2 meses atrás.

Anyway, o bom de tudo isto é que a minha adoração por tais seres nunca deixa a minha memória distorcer-se. Posso mesmo dizer que desde que vim para cá as minhas memory skills have been improved significantly. Como diz a M., eu treino a minha memória ao lembrar-me de gente que está tão longe (temporalmente) e com quem já mal mantenho contacto.

Enfim, acho que com a gripe que estou a chocar não consigo puxar mais pelas palavras. Lá está, o que ganhei em memória vou perdendo em writing skills, mas pronto. Ninguém é perfeito.

Palavra especial para alguém querido. "Só quero que fique bem, que se ponha boa e que não sofra mais. Beijinho grande para si, Avó G."

Beijinho a todos e até breve.

2 comentários:

  1. adoro tudo isto que escreves fofinha. sei que não nos conhecemos muito, nem falamos muito mas eu sempre tive um carinho especial e uma opinião muito querida sobre ti. e cada vez que escreves fico com uma vontade enorme de te mandar muitos beijinhos, ainda que não sejamos muito próximas. sei que um abraço ou um beijinho nos reconfortam muito mas nos trazem saudade. tem calma querida, tudo se resolve e pensa, estás a lutar pela tua vida e em Portugal já ninguém consegue nada :/, isto está mesmo mau. Pensa assim. Quando deres por ti tens vida feita e já só trazes boas recordações para cá e levas ainda mais para aí :D quero muitas fotinhas para depois ver porque gostava de ir a londres e ainda não fui :p um beijinho grande e quero muitos sorrisos, todos os dias!!! :D

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  2. O que mais importa é tu conheceres o teu real valor... e a lealdade é valiosa.

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